PALAVRAS FREUDIANAS – 05/06
‘’A escuta psicanalítica da experiência de adoecimento’’
Informações ⬇
Data: 05/06/23
Horário: 19:30
Live – Google Meet
As inscrições devem ser realizadas no e-mail: lapsi@fgg.edu.br com o título da mensagem de
e-mail ‘’LIVE 3 A ESCUTA PSICANALITICA”.
Período de inscrição: Até dia 03/06/2023.
Geral:
O contexto hospitalar é marcado pela presença de ciências da saúde, vide a medicina, a
enfermagem, a fisioterapia, a nutrição e, em algumas abordagens, até mesmo a psicologia. Em
geral, essas disciplinas compartilham a mesma chave de leitura metodológica para compreensão
dos fenômenos, ao priorizar aspectos biológicos e fisiológicos do organismo. Como exemplo, os
compêndios que direcionam condutas clínicas das citadas ciências da saúde, como a nosologia
norteadora do DSM e da Classificação Internacional de Doenças (CID 10), promovem uma
pulverização do sujeito em sintomas. Ademais, como aponta Moretto (2019), durante o
atendimento do paciente os profissionais médicos buscam promover diagnósticos por meio da
transformação de dizeres do paciente em signos médicos, isto é, em um saber médico como
único discurso válido sobre a doença do paciente, desconsiderando a pluralidade de sentidos
que levam o paciente até ali.
Na via oposta, destaca-se que essa sistematização do sujeito não responde às questões postas
pela clínica que se norteia a partir da psicanálise, uma vez que a psicanálise lida, como chave de
leitura dos fenômenos clínicos não apenas com os sintomas apresentados, mas com os modos
de subjetivação. Para além dos sintomas, a psicanálise debruça-se na compreensão da formação
dos sintomas na constituição psíquica de cada sujeito, estabelecendo relação com a sexualidade,
a partir de Freud, e com a linguagem, segundo Lacan. A partir do exposto como se dá a
experiência de adoecimento em um contexto que exclui o sujeito?
Para ilustrar será utilizado o livro da antropóloga francesa Nastassja Martin, “Escute as feras”
(2021). Nastassja publica um relato de pesquisa etnográfica com um formato de romance
policial, como ela mesmo descreve. O livro é fruto de um estudo etnográfico da autora na
Sibéria, no qual ela teve um encontro com um Urso. O urso a deixa viva, porém sem parte do
maxilar. O livro descreve seu processo de hospitalização, cirurgias, mas sobretudo o processo de
elaboração desse encontro. “(…) sou essa forma incerta de traços desaparecidos sob as brechas
abertas no rosto, coberta de humores e de sangue: é um nascimento, pois claramente não é
uma morte.”
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Palestrante:
Luisa Braun – Psicanalista, psicóloga graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), mestranda em psicologia clínica na Universidade de São Paulo (USP) especialista em
Saúde Mental pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), especialista
em Psicologia Hospitalar pelo Conselho Federal de Psicologia.
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