PALAVRAS FREUDIANAS – 12/09
Palavras Freudianas – Live 12/09 – “Em busca do gozo perpétuo: mal-estar, consumo e normalidade.”
Informações ⬇
Data: 12/09/2022
Horário: 19:30
Inscrições: lapsi@fgg.edu.br | Com o título da mensagem de e-mail “Inscrição Live 07” – Período de inscrição: Até dia 12/09/2022
Geral:
A apresentação do presente trabalho propõe-se tomar as proposições lacanianas sobre o discurso do capitalista para interrogar: que lugar o sujeito contemporâneo ocupa nesse discurso? Que efeitos esse discurso provoca no sujeito? Como isso influencia na proliferação desenfreada de diagnósticos na saúde mental? Na expectativa de tentar responder a essas questões, buscaremos nos aprofundar através dos fundamentos teóricos das obras de Freud e Lacan que tratam dos fenômenos e acontecimentos do sujeito e do social.
Nosso interesse na exposição sobre esse tema decorre da observação de que os gadgets (objetos de brilho efêmero) produzidos pelo discurso capitalista são oferecidos aos sujeitos como uma promessa de satisfação plena, provocando, assim, um mecanismo de consumo constante e avassalador na sociedade contemporânea – Verifica-se que, na contemporaneidade, os sujeitos se utilizam do consumo como uma tentativa de dar conta de um vazio, de uma falta, da castração. Desde o final do século XIX, contudo, Freud já nos havia ensinado que a falta, a castração, inerente ao ser humano, é impossível de ser preenchida. Em meados do século XX, Lacan ratificou a teoria de Freud ao observar que, por nascermos na linguagem, já nascemos faltosos, castrados, pois a própria linguagem tem furos, deixa brechas, não se pode dizer tudo. Enquanto a psicanálise de Freud e Lacan defende a tese de que a falta humana é impossível de ser preenchida, o discurso capitalista, ao contrário, munido de seu discurso, segue numa direção oposta, desconsidera as proposições da psicanálise e assegura a possibilidade de tamponar a castração, sustentando assim, uma promessa de felicidade. O sujeito, na ilusão de existir a possibilidade de completude, banhado pelo mal-estar próprio da castração, vê-se seduzido por esse discurso, na crença de que a castração será dissipada, tamponada por seus objetos de consumo. Daí, pode-se observar que o que entra em cena é uma busca insaciada, infinita por esses gadgets – “os sujeitos que não conseguem acompanhar a marcha acabam por sofrer segregação, a exclusão” – “afinal, normal é quem consome!” Seriam os manuais psiquiátricos agentes operadores dessa exclusão, que por um lado patologiza e por outro gera lucro?
Palestrante:
Felipe Barreiros Celestino: Psicólogo, Psicanalista – Doutorando em Psicanálise, Cultura e Sociedade. Membro da IF – EPFCL – Rede Diagonal Brasil.